quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Editais do Ministério da Cultura


O Ministério da Cultura utiliza os editais de seleção pública para apoiar projetos e premiar iniciativas culturais. Participe!

Clique aqui: MinC e conheça todos os EDITAIS disponíveis. 

Observatório dos Editais
Informações: (61) 2024-2277 e (61) 2024-2230
Email: editais@cultura.gov.br

terça-feira, 23 de agosto de 2011

pApO dE RuA !completo!



da Assessoria - por Alexandre Onça
No dia 10 de setembro, a partir das 19h, a Praça do Rádio vai ser palco do evento “Papo de Rua – O Encontro da Música Urbana”, o qual reunirá alguns dos principais representantes da música autoral urbana do Estado, que vem da aldeia, da favela, dos bairros e das ruas para alcançar o reconhecimento coletivo.
Promovido pelo Governo do Estado de Mato Grosso do Sul, o evento tem como atração principal, o artista BNegão, ex vocalista da banda Planet Hemp, que virá com o grupo “Seletores de Frequência” para mostrar um pouco da mistura explosiva que faz a música jamaicana, jazz, samba, soul, afrobeat e rock. Em 2004 ganhou o prêmio “Orilaxé” de melhor cantor de Black Music, promovida pela ONG Afroreggae.


O evento será gratuito e é patrocinado pelo Fundo de Investimento Cultural (FIC), projeto da Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul. Haverá coleta seletiva com pontos de arrecadação do lixo, sendo parte dele transformado em arte e outra destinada à reciclagem.  Durante as apresentações musicais, algumas lixeiras serão grafitadas por artistas da Capital.
Segue um resumo dos artistas regionais que irão se apresentar no dia: 
Falange da Rima é um dos pioneiros do rap campo-grandense. O grupo fundado em 1998 teve seu videoclipe “Circo dos Horrores" exibido na MTV.
Lutano sempre levantou a bandeira da música autoral. Depois de lançar seu primeiro CD profissional, a banda traz para o show o seu repertório rap.
 Vinil Moraes e Xaras Gabriel trazem para o palco muita brasilidade, com peso do rap, prensado ao Sound System. Expressam o cotidiano da vida campo-grandense, o amor e a fé. 
Grupo de RAP DC mantém viva a cultura Hip-hop na capital há sete anos. Suas músicas retratam a realidade da periferia, desigualdade social, corrupção, violência, preconceito, etc...
Brô MC’s  indígenas da aldeia Jaguapirú Bororó, localizada na área urbana da cidade de Dourados, começam em 2007 a construir outros caminhos para suas vidas por meio do Rap.
 Fase Terminal  o Grupo surge com o intuito de denunciar as mazelas sociais vivenciadas no cotidiano periférico e conscientizar a população. Na bagagem, dois CD´s produzidos de maneira independente.

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Harpa Paraguaia um instrumento transculturado

por Elizeu Rodriguez

Permita-me caro leitor (a) discorrer de um tema que considero de muita importância para toda a coletividade paraguaia da região da Grande Dourados e de todo o Mato Grosso do Sul, e para alguns outros que têm interesse em saber por que se diz HARPA PARAGUAIA. 

A harpa é um dos instrumentos musicais mais antigos da história da humanidade. Consta na sagrada escritura, que o rei Davi já tocava este instrumento. Segundo pesquisas, existiam dois tipos principais: A harpa angular, originária do Egito, e a harpa arqueada ou combada, da África. Lembra ainda as literaturas de remotas épocas que algumas tinham 22 cordas e, durante o ano 600, foram feitas muitas tentativas para o aperfeiçoamento do seu mecanismo. Depois de um longo processo, tanto no lugar de origem como na Europa, especialmente na Irlanda, Alemanha e Itália, foi aperfeiçoando-se, na caixa de ressonância, nos acordoamentos e nos mecanismos de execução. 

A harpa chegou à América com os espanhóis que se instalaram em distintas regiões do continente, uma das quais a República do Paraguai, que nessa época era povoada pelos índios Carios. As crônicas da época lembram que entre os que acompanhavam a comitiva dos “conquistadores” conduzida por Sebastián Gavoto pelo rio da prata, no ano de 1526, estava um talhador de harpa de nome Martin Niño. Mas, segundo o padre Estrobel, foi o padre Sepp, no ano de 1691, quem introduziu este instrumento na localidade denominada de Yapeyú. Esta cidade era uma das reduções jesuítica no Paraguai. Hoje esta localidade pertença à Argentina.

Em pouco tempo de convivência dos espanhóis e os índios Carios, produziu-se o cruzamento de dois grupos étnicos de culturas diferentes. Dessa fusão surgiu uma estirpe nova, que é a paraguaia. Por incrível que pareça nesse momento o idioma guarani também sofreu um fenômeno parecido, ou seja, houve um choque de mudança cultural.

Reconhecidamente, o Paraguai é um país bilíngüe. Lá se fala obrigatoriamente o guarani e o espanhol. No entanto, o idioma dos índios Carios, com o passar do tempo, foi minado pelo hispanismo e deixou de ser castiço; fruto dessa interferência e que atualmente no Paraguai se escreve algumas poesias no guarani puro, mas o povo fala em guarani hispanizado, porém, sem perder a sua essência telúrica americana. 

Harpa Paraguaya - Alcides Ovelar -Pajaro Campana



Podemos afirmar que a HARPA PARAGUAIA originou-se pela fusão destas duas civilizações, onde este instrumento foi adotado pelos nativos, que a aperfeiçoou à sua maneira, construindo-a de madeira americana, logrando uma notável estilização e criando seu próprio repertório.

A estilização deste novo instrumento significa um aporte muito grande para a arte musical. Pode-se dizer que é um valor representativo pelo fato de que no crisol de América, a união de duas culturas deu nascimento ao mestiço, que deixou de ser índio e espanhol, para ser paraguaio. Nesta eclosão americana, o bíblico instrumento foi remodelado para converter-se em HARPA PARAGUAIA, graças ao engenho das pessoas e aos elementos nativos.

São muitos os artifícios deste instrumento. Para termos uma idéia, em 1710, o luthier Hochbrücker de Donawöt, inventou um mecanismo a pedal que permitia trocar os acordes sem ocupar as mãos. Logo, outro luthier de Paris, chamado Cossineau, construiu outro mecanismo e com a ideia deste inventor, no ano de 1808, Sebastián Erard, conseguiu aperfeiçoar a sua estilização universalizando-a como harpa clássica.


É bom lembrarmos que este instrumento que tinha chegado à América com os europeus com a sua forma de construção muito simples, impressionou vivamente os mestiços. Este, com a sua disposição inata para a arte musical, reconhecida especialmente pelos missioneiros jesuítas e franciscanos, a construiu com madeira da nossa região. Portanto, a evolução da harpa clássica não afetou em grande parte a harpa paraguaia, pois este tomou outro rumo, levando-o a um progressivo avanço, e melhorando cada vez mais a sua estilização.

Apesar da sua afinação diatônica, os seus cultores fazem maravilhas ao executar transferindo esse aprendizado de geração em geração, criando uma técnica própria, executando a melodia com a mão direita, e o acompanhamento com a mão esquerda, usando sempre as unhas no lugar das gemas dos dedos.

A harpa que chegou da Europa recebeu praticamente a carta de cidadania na América. Dessa forma pode-se apreciar sua presença no México, Venezuela, Peru, Chile, Brasil, Argentina, entre outras. No Paraguai surgiram brilhantes cultores da harpa, impossível de citá-los a todos, mas podemos lembrar-nos de alguns que mais se destacaram: as famílias Billasboa (pai e filhos), José Del Rosário Diarte, Conché Ramirez, Tani Bordon, Luiz Bordon, entre outros.

Na atualidade os cultores da harpa paraguaia têm proliferado de maneira exaustiva. Esses artistas têm percorrido o mundo numa lírica peregrinação, levando consigo a boa música paraguaia. Quero citar o célebre Feliz Perez Cardoso, verdadeiro pioneiro deste instrumento, artista extraordinário que semeou toda uma escola de como executar a harpa paraguaia e, ademais, agregou mais quatros cordas, que são as bordonas, elevando-a de 32 cordas tradicionais para 36. Criou várias composições que passaram a fazer parte permanente do repertório de todos os harpistas paraguaios, como a polca LLegada, Tren Lechero, Angela Rosa, El Sueño de Angelita, Mi Despedida, Maria Elza, entre outras. 
A harpa paraguaia tem compenetrado no espírito do artista paraguaio e hoje em dia faz parte do seu cotidiano. Devo citar que foi o compositor FELIZ PEREZ CARDOSO que imortalizou na harpa paraguaia a música Pássaro Campana (guyra pu, ou guyra campana, em guarani), uma das páginas musicais mais folclóricas e representativas do Paraguai justamente a que dá mais brilhantismo ao harpista ao interpretá-la.

Esta polca paraguaia já faz muito tempo que ultrapassou nossas fronteiras, levando consigo os acentos e latidos telúricos de América que simboliza este pássaro que voa repartindo harmonia do nosso continente, para todas as latitudes do nosso planeta. 

Harpa Paraguaya - Alcides Ovelar - Tren Lechero

vamos bater um 'Papo de Rua'?

Vem aí... (pausas)

...nas cidades de Mato Grosso do Sul, todos gostam de bater um bom 'papo de rua', principalmente se for acompanhado de um tereré gelado, regado de boas ideias com os amigos; e, é por isso, que todas as bocas e gargantas estão se preparando para o 'PAPO DE RUA', o encontro de música urbana do Estado de Mato Grosso do Sul.  

Serviço

Quando? 10 de setembro
Onde? Concha Família Espíndola - Praça do Rádio - Campo Grande - MS
Horário? 16h
Ingreços???????????????
Peito aberto e muita alegria. Entrada GRATUITA.

Obs:. indicado para pessoas de 0 a 100 anos. 

Breve mais informações.  

VT PAPO DE RUA