quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

A família do Big Brother

Ninguém, neste ambiente, leva em consideração os sentimentos dos outros e a desculpa é: “isto aqui é um jogo”.
Na sua décima primeira edição, estamos vendo, mesmo que nos esforcemos para não assistir, o Big Brother, o grande irmão (tradução mais aproximada do inglês), já que nos comerciais e intervalos da programação somos permeados de cenas “instigantes”, sobre a casa mais vigiada do Brasil.

Não gostaria de tecer comentários moralizantes a respeito do programa, mas de fazer algumas observações. No entanto, o que se observa é, primeiro que a cada ano as relações, nesta casa e, por conseguinte, na visão de um grupo significativo da sociedade, a mídia televisiva, apresenta como mero fruto do acaso e do jogo dissimulado para ganhar dinheiro, seja dos participantes seja da própria emissora.


Ninguém, neste ambiente, leva em consideração os sentimentos dos outros e a desculpa é: “isto aqui é um jogo”. De fato! Mas no jogo da vida, que é regido, inclusive, por leis nas constituições das nações, condena-se as tramóias contra seu semelhante, até mesmo com penas, às vezes severas, como forma de demonstrar que nas relações sociais, para haver uma boa convivência, existem outros valores.


Neste aspecto, ainda é de escandalizar o fato das relações “de pele”, onde Freud certamente afirmaria que tudo ali seria regido pelo Id (instintos) e não como fruto de atitudes de seres racionais.

Um segundo ponto a ser analisado é a reação popular que, de certo incômodo na primeira edição - pela degradação dos costumes a cada ano, e neste específico, ficou anestesiada; não questiona, não cobra da própria emissora uma postura ética para quem exerce o grau de maior audiência, enfim, bebe do programa e paga caro para vê-lo dissimular as relações familiares e as consciências, sobretudo, do mais vulneráveis psicologicamente, os nossos adolescentes e jovens, que são jogados pelo imaginário, numa falsa realidade que basta apostar com a própria vida e dos outros, para obter sucesso e dinheiro. Você já se deu conta o quê a brincadeira dos selinhos e outros beijos, entre pessoas das mais variadas orientações sexuais, significa na vida de um adolescente?

Fico profundamente incomodado por não poder fazer muita coisa e mais ainda por ver que aquelas pessoas e/ou instituições que poderiam fazer, não o fazem. Por exemplo o judiciário, que, manifestando-se não estaria agindo contra a liberdade de expressão, ao contrário, estaria ajudando a verdadeira liberdade para o bem comum, os políticos – que fazem as leis, as igrejas que não se manifestam para não serem tachadas de conservadoras, de modo particular, a sociedade civil que abobalhada engole tudo, como se de fato a vida fosse “assim mesmo”, que o jogo em questão, simplesmente representa o nosso cotidiano. Finalmente, e de modo coerente, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, CNBB, em nota, pede atenção especial das autoridades e das pessoas que trabalham na mídia sobre a forma como a própria pessoa humana é tratada nestes reality shows.

Pense! Se você assiste a este programa, ao menos, procure criticamente observar se a sua vida suportaria ser conduzida nas mesmas condições que vivem estas pessoas. Que contribuição você está oferecendo, para que tais atitudes pejorativas se disseminem na sua casa e pela sua audiência, na sociedade em geral.
*por Pe. Crispim Guimarães

Um comentário:

Angela Fernandes disse...

ESSE TIPO DE PROGRAMA SERVE PARA CONTINUAR EMBURRECENDO A POPULAÇAO E PARA ENCHER DE DINHEIRO OS COFRES DA GLOBO QUE FATURA CERCA DE 8 MILHOES DE REAIS A CADA PAREDAO E O POVO APLAUDE DA IBOPE E PAGA POR ESSA BAIXARIA.E A IGNORANCIA PASSA DE PAI PRA FILHO,FAMILIAS INTEIRAS SENTAM NAS SUAS POLTRONAS PRA PERDER TEMPO E AINDA DISCUTEM QUEM FICA QUEM SAI...ATE QUANDO????

Postar um comentário