AliceA é a mais nova atração feminina da música regional
É de lá da cidade de Dourados que saiu essa voz suave que encanta a todos. Isso. A voz suave que digo é da cantora e compositora Alice Fernandes, mais conhecida como AliceA e que vou chamar de Alice por conta de uma amizade singela que temos. A música para Alice é nada mais que “Amor em forma de som”. Sua composição é pura poesia que entra em sintonia com a cura interior de cada um. Hoje, com 27 primaveras, ela é a mais nova atração da música de Mato Grosso do Sul. Sua música é semelhante as divas da música popular brasileira e está tão a altura quanto. A Adriana Calcanhoto do Pantanal ou a Julieta Venegas de MS chegou chegando, e com show marcado para um mega festival.
A caçula dos quatro filhos da Dona Angelita e do Seu Orcírio vai subir ao palco Fala Bonito no próximo dia 29, durante a programação do 12º Festival de Inverno de Bonito. Para ela, completar essa programação foi uma grande oportunidade, mas para nós, ter a presença dessa moça que deslumbra emoção ao cantar é muito mais que isso. Ela afirma estar ansiosa por subir num palco grande e por fazer parte de um festival de tamanho porte, mas nada que o talento e a discrição dela não o superem.
O show Tocando Flores remete a verdadeira essência da cantora. Assim como as flores, Alice é feminina, é humana, é romântica e é essa a real mensagem do show. Alice trará a fauna e flora em cada estrofe de sua música. A verdadeira mutação das coisas, da natureza, da vida. “Pretendo deixar a mensagem de que é preciso pausas na vida da gente, para que as coisas aconteçam no momento certo…assim como a borboleta que passa pelo processo de lagarta até a transformação e depois vive intensamente seu tempo de vida…é essa a mensagem que vou levar pra Bonito”, revela.
Pausas é palavra comum na vida de Alice. Em seu blog – www.pausasdealice.blogspot.com nota-se a ligação da cantora com a cultura local, principalmente a música regional. Os músicos Leandro Fernandes (guitarra), Elton Bonilha (contra-baixo), Rafael Deboleto (harpa), Rogério Bronzati (bateria) e Vitor Galeti (violão) formam a banda de apoio do show Tocando Flores.
A história da música na vida de Alice começou quando criança, bem no sítio de sua família, onde não havia luz elétrica e só se ouvia rádio. “Ficava imaginando como era que se fazia música, porque a gente não conseguia ver os cantores, só ouvi-los”, indaga Alice contando a primeira ligação com a música. Outro tópico importante que trouxe a música para sua vida foi quando sua irmã mais velha ganhou um violão e graças ao seu desinteresse, a caçula desabrochou e de comboio com seu irmão aprenderam as primeiras notas musicais. Não só bastasse o violão, Alice se encontrou com a sua voz. Ela garante, com toda certeza, que a sua voz é um grande presente de Deus. Não tenhamos duvida disso.
Quando falamos estilo, Alice informa que não tem um estilo definido e tenta buscar a naturalidade e simplicidade de Almir Sater, Guilherme Rondon, Maria Cláudia & Marcos Mendes e cita também, como referência, a cantora Tetê Espíndola. “A Tetê é super natural, tem seu estilo próprio que para mim, é super individual. É isso que busco como referência sempre, naturalidade”, revela. Já da nova ‘safra’ de músicos sul-mato-grossenses Alice não dispensa elogios a banda Curimba: “O André [Stábile] é um grande gênio…esses meninos sabem como fazer música, eles misturam letras inteligentes e verdadeiras que somam com a busca do meu próprio estilo”.
Pode-se dizer que a alavancada da música na vida de Alice se deu em 2010, quando ela foi uma das finalistas do prêmio Divas da Música Brasileira. O prêmio, que era de interpretação, tinha como objetivo homenagear as divas do rádio: Ademilde Fonseca, Alaíde Costa e Dóris Monteiro. Para conseguir o prêmio, Alice fez uma releitura de “Tocando em Frente”, do Almir Sater e Renato Teixeira e passou por jurados como Sérgio Cabral, Ná Ozzetti, César Mocarzel, Charles Gavin e Thiago Marques Luiz. “O prêmio em si foi uma grande surpresa para mim. Viajei para o Rio de Janeiro e para São Paulo com a ajuda de amigos, só para realizar esse sonho…detalhe, eu nunca tinha andado de avião, foi uma coisa incrível”, conta.
Acredito que a simplicidade da menina-mulher de voz suave que andava de bicicleta [ e ainda anda, pois a bike é seu meio de transporte predileto] nas ruas de Dourados e tomava banho de chuva na infância, foi chave fundamental para ela chegar até aqui. No palco do premio Divas, Alice contou com o apoio das outras duas finalistas para adquirir o vestido da apresentação [ Alice ganhou da dona da boutique o vestido e os acessórios para a apresentação] e conta a tamanha ansiedade que foi dividir o palco não só com a mini-orquestra como com as divas homenageadas.
AliceA, a segunda da esquerda para a direita, uma das finalistas do prêmio Divas da Música BrasileiraA douradense que sonha em se apresentar no teatro de sua cidade com direito a seus pais na primeira fila, acredita piamente na internet e na evolução que o mundo virtual ajuda a produção musical. “É uma maravilha, é instantâneo e facilita na divulgação, já que esse meio de produção de discos é tudo tão caro, com certeza é um meio mais eficaz”, ressalta.. Quanto à CD e DVD, Alice afirma que não faz planos e que deixa as coisas acontecerem e antecipa: “quem canta vive sonhando e acreditando nos seus sonhos…se o CD vir, deixo o DVD vir também [risos]”.
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